PSICANÁLISE FREUDIANA

A psicanálise freudiana provocou grande impacto na psicologia acadêmica americana. As idéias de Freud ainda despertam grande interesse. No entanto, quando se observa o número de pacientes e de estudantes especializando-se em análise, percebe-se uma queda na popularidade da psicanálise como terapia. A terapia cara e prolongada de Freud foi suplantada pelas psicoterapias mais curtas e mais baratas (algumas delas oriundas da psicanálise) e pelas terapias comportamentais e cognitivas. Essa tendência foi incentivada pelas medidas de economia instituídas pelos programas dirigidos de saúde. A prescrição de um medicamento pró-ativo em uma única visita ao médico é muito mais econômica que vários meses de sessões de psicoterapia.
 
   O desenvolvimento de vários programas medicamentosos reduziu a necessidade de psicoterapia para alguns tipos de distúrbios mentais. Por exemplo: medicamentos como o Lítio e o Prozac fizeram com que alguns psiquiatras e psicólogos clínicos reavaliassem sua posição acerca dos fatores desencadeadores da doença mental, afastando-se da escola de pensamento psíquica e retornando a somática.

   A visão somática ou bioquímica afirma que os distúrbios mentais são resultantes do desequilíbrio químico do cérebro. Para que prescrever uma terapia cara e extensa se o paciente pode tomar apenas uma pílula para se sentir melhor? O tratamento medicamentoso, no entanto, não é adequado para qualquer condição ou para qualquer paciente. É interessante observar que
Freud previra muito antes esse envolvimento no tratamento dos distúrbios mentais.
 
   O impacto de Freud na cultura popular e na consciência americana foi estrondoso e ficou evidente logo após sua visita, em 1909, à Clark University. Os jornais publicaram várias histórias sobre ele e já em 1920, mais de 200 livros haviam sido lançados a respeito da psicanálise. Revistas como Ladies Home Journal, The Nation e The New Republic publicaram muitos artigos. Os livros sobre criação e educação infantil do Dr. Benjamim Spock transformaram-se em um fenômeno de vendagem e foram baseados nos ensinamentos de Freud. O famoso estúdio de cinema, MGM, ofereceu a Freud 100.000 para ter sua colocação em um filme sobre o amor, mas ele recusou. Em outubro de 1924, Freud foi capa da revista Time, e o seu trabalho a respeito do sonho ficara tão conhecido que um músico escreveu uma canção com esse tema. Em um dos versos ouvia-se "Não me conte o seu sonho de ontem/Pois estive lendo Freud!" (apud Fancher, 2000, p. 1026). Esse entusiasmo do público pelas idéias de Freud ocorreu muitos antes dele ser aceito pela psicologia acadêmica.

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